Brasil é o
quarto país mais desigual de América Latina e Caribe, revela ONU
21 de Agosto de 2012
O Brasil é o quarto
país mais desigual da América Latina e Caribe, segundo estudo apresentado hoje
pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos
(ONU-Habitat), ação das Nações Unidas para habitação. Na região, o país só fica
atrás de Guatemala, Honduras e Colômbia. Todos os quatro têm Índice de
Gini acima de 0,56. Nesta escala, que vai de 0 a 1, quanto mais próximo de 1,
mais desigual é o país.
Manifesto em
Copacabana visa combater a desigualdade social, a fome e a miséria
A cidade de Goiânia
foi considerada a mais desigual em toda a América Latina e o Caribe. O Gini da
capital goiana é de 0,65, seguida por Fortaleza, com índice acima de 0,60. De
acordo com Erik Vittrup, principal autoridade de assentamentos humanos do
ONU-Habitat, a desigualdade é o principal desafio na região.
Atualmente, 111
milhões de pessoas vivem em condições habitacionais semelhantes a favelas na América
Latina e Caribe. Segundo o ONU-Habitat, a oferta de habitações nas cidades da
região ainda é inferior à demanda em todos os países latino-americanos e
caribenhos.
Os países menos
desiguais na região são Venezuela, Uruguai, Peru e El Salvador. "A favelização
na América Latina não é mais rápida que a média mundial, mas é suficientemente
rápida para ser preocupante", diz Vittrup, para quem a região vive um
momento "extremamente interessante", que permite enfrentar os
desafios das grandes cidades.
Saneamento básico
Menos de 20% do
esgoto são tratados na América Latina e no Caribe. Nas cidades, 16% da
população (74 milhões de pessoas) carecem de saneamento adequado. O estudo
também traz notícia positiva que a região já alcançou o Objetivos do Milênio em
relação ao abastecimento de água. Atualmente, 92% da população urbana têm
acesso à água encanada.
No entanto, o
desperdício de água tratada é grande. Cerca de 40% da água desperdiçada ocorrem
devido infraestrutura precária de abastecimento e uso inadequado. As tarifas cobradas
pelo fornecimento não costumam cobrir os custos de operação e penalizam os mais
pobres, segundo as Nações Unidas.
“Há muitos cidadãos
mais pobres que pagam caro pelo serviço, às vezes, o dobro que os mais ricos
por um serviço pior”, comentou Erik Vittrup.
Constatou-se que
cada habitante já produz o equivalente a um quilo de resíduos, e a quantidade
não para de crescer. De acordo com a pesquisa, os serviços de reciclagem,
reutilização e aproveitamento dos resíduos sólidos ainda são incipientes em todos
os países da região.
“Ainda tem um
grande número de cidades que estão contaminando rios e mares e deixando lixo a
céu aberto”, lamentou Vittrup.
A pesquisa apontou
falhas no acompanhamento sistemático e organizado desses serviços, como a falta
de indicadores precisos, completos e comparáveis, prejudicando a adoção de
estratégias. Em geral, os dados são fornecidos pelos próprios provedores dos
serviços. (Agência Brasil)
Publicado por Reginaldo Torres às 17:00h